Mulheres de arte e presença: O universo das gueixas
As gueixas são um dos símbolos mais icónicos da cultura japonesa e também um dos mais incompreendidos, com sua imagem marcante de quimonos coloridos, maquiagem branca e passos graciosos, elas despertam fascínio e curiosidade no mundo inteiro. No entanto, por trás da estética delicada, existe muito mais: tradição, resistência, talento e também muitos mitos que merecem ser desfeitos. Por isso, neste post, vamos falar sobre elas com um olhar mais próximo, feminino e curioso.
As gueixas são artistas, mulheres treinadas em danças tradicionais, canto, poesia, cerimónias do chá e até conversas refinadas (sim, isso também é uma arte!). O que elas fazem é mais do que entreter, é preservar e transmitir uma cultura riquíssima de geração em geração.
Elas vivem (ou viviam) em bairros tradicionais chamados Hanamachi, em cidades como Quioto, Tokio, onde a presença de uma gueixa transforma qualquer evento num momento especial.
Antes de se tornarem gueixas plenas, elas passam anos como Maiko, uma espécie de aprendiz, quase sempre ainda adolescentes. A transição para gueixa adulta é marcada por um ritual cheio de significado e beleza.
A tradição das gueixas remonta ao século XVII, durante o período Edo. Curiosamente, os primeiros artistas que desempenhavam funções semelhantes às gueixas eram homens, conhecidos como Taikomochi, que actuavam como contadores de histórias e animadores. Com o tempo, as mulheres começaram a assumir essa função, desenvolvendo o que hoje reconhecemos como a figura da gueixa tradicional.
Infelizmente, as gueixas também foram alvo de muitos mal-entendidos. Aqui vão alguns que ainda vale a pena esclarecer:
• As gueixas não são prostitutas. Esse é um mito antigo e injusto. As gueixas são artistas, não prestadoras de serviços sexuais. Essa confusão foi alimentada, entre outros motivos, pela ocupação americana no Japão e pela maneira como o Ocidente simplificou (ou distorceu) a sua imagem.
• Nem toda gueixa usa a maquiagem branca. Esse visual é típico das Maiko, as aprendizes. As gueixas mais experientes usam maquiagem mais leve, mostrando que beleza e maturidade também andam juntas.
• Não é um caminho fácil, ser gueixa exige dedicação, treino rigoroso e anos de prática. Não se trata de um papel bonito, mas uma vida inteira de compromisso com a arte.
Mesmo hoje, num mundo tão acelerado, ainda existem gueixas activas que mantém mante viva essa tradição com graça e muita competência, especialmente em Quioto, Elas não são peças de museu, mas sim mulheres reais, modernas, que escolheram viver uma arte que atravessa os séculos.
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